Monday, February 06, 2006

Rejeição e suas vertentes

rejeitar1 [Do lat. rejectare.]V. t. d.
1. Lançar fora; largar, depor: 2. Lançar de si; tirar de si; repelir: 3. Lançar de si; expelir; vomitar, regurgitar: 4. Não admitir; recusar: 5. Não aprovar; reprovar, desaprovar: 6. Não aceitar; recusar: 7. Ter em pouca ou nenhuma conta; desprezar, desdenhar: 8. Defender-se de; repelir: 9. Opor-se ou negar-se a: 10. Atirar, arremessar, lançar, arrojar:


Até bem pouco tempo a rejeição era o pior sentimento que eu já havia experimentado, ter sua existência negada, anulada por alguém a quem você considera e relega inversamente é doloroso e às vezes fatal. Infelizmente a nossa necessidade de aceitação não obedece a razões e nem é premeditada, pra falar a verdade parece que na maioria das vezes buscamos o inatingível e utópico, pessoas que nunca terão o mínimo interesse por nossas pessoas. Em outras situações somos rejeitados por pessoas de quem esperávamos o mínimo de consideração, pai, mãe, etc. Não importa o contexto, em ambos o trauma pode ser grande, no entanto a partir desse é possível reconstituirmo-nos e cantarmos “I will survive” de preferência ao ritmo de Cake.

No entanto outro dia eu senti algo pior, algo muito mais abominável que não ser bem quisto pela pessoa querida, interessante que ainda não conheço uma palavra, uma definição para algo tão aterrador, talvez ainda não tenha sido criada uma palavra para esse sentimento para pouparmo-nos de relembrar ou saber da existência de algo tão funesto. Ter a dúvida quanto ao que o ente querido sente por você é o pior dos mundos, não saber se você é aceito, amado ou execrado e invalidado nos renega a um universo onde não há chão, espaço e concepção, nos perdemos não só em nós como no outro, tudo se torna vago e indistinto nos restando um vazio, um nada que nunca será preenchido, pois nunca haverá súplicas de amor ou objeções de reprovação para seguirmos adiante, é como ouvir eternamente e repetidamente “quizás”, da voz do próprio Osvaldo Farres, e pedir lamuriosamente que ela “Walk Away” (Franz Ferdinand).


Fontes de inspiração:
Filmes - Amor à Flor da Pele, 2046 (Wong Kar Wai).
Música – Cake (I will survive), Franz Ferdinand (Walk Away), Osvaldo Farres (Quizás)
e uma pessoa

2 comments:

Anonymous said...

"Há limites que ultrapassamos que nunca terão volta..." assim dizia o pai de uma pessoa importante na minha vida.
Sempre achei que isso era covardia. Talvez ainda ache que seja.
Descobri que o maior limite que podemos quebrar é o da verdade e esse não tem volta.
Mas se houve a coragem para quebra-lo, é obrigatório que se tenha a força para aguentar as consequências deste.
Onde encontrar? Não sei.
A única coisa a fazer é aguentar as pancadas, uma a uma, e ver até quando fico de pé.

PS. amor de verdade não morre.

Anonymous said...

a vida nao é tão dogmática qto um discurso. e nem tão simples de ser tecida.

"amor de verdade" é o antônimo de "amor de mentira"?